Será Beja a opção mais atrativa, do ponto de vista do investidor e/ou empresário, sendo a 1ª escolha entre todas as opções, para realizar o seu investimento e/ou estabelecer a sua empresa?
A resposta é demasiado simples. Infelizmente não, não é!
Esta pergunta devia configurar em todos os dossiers de trabalho de qualquer candidato à Câmara de Beja. Isto porque, se Beja não é, então há que ser feito todo um trabalho para que se torne referência e para que a resposta passe a ser sim, é!
Só para alguns será novidade que Beja tem um longo caminho a percorrer no que diz respeito à sua própria afirmação territorial, que ao longo dos anos tem vindo a perder, sem praticamente qualquer contestação por parte dos órgãos competentes.
No panfleto de prestação de contas da atual força política que lidera o Concelho de Beja, embora as expressões “ESTRATÉGIA”, “PROMOVER”, “DINAMIZAR”, “DESENVOLVIMENTO” sejam repetidas até quase à exaustão, não passam de uma narrativa. Uma história que não corresponde à verdade. Basta percorrer a cidade num qualquer sábado à tarde. São cada vez menos os habitantes e os (poucos) jovens que restam, não vêem a hora de fazer as malas e rumar a outros destinos, em busca por alternativas que lhes permitam melhores condições de vida.
O caminho mais fácil, passa sempre por culpabilizar e responsabilizar o Governo de impasses e de atrasos, mas a verdade está à vista de todos.
O que nos continua a sabotar o futuro e o desenvolvimento que tantos anseiam, é a fraca capacidade e fragilidade que Beja foi adquirindo ao longo dos anos, no campo da afirmação territorial.
Beja hoje, não é mais do que uma sombra da Capital de Distrito que já foi em tempos.
Mas o problema não se circunscreve apenas à força política que comanda os destinos do Concelho em pleno gozo da maioria que obteve nas anteriores eleições.
E é isso que me preocupa. Porque não vejo grandes ambições por parte dos diferentes candidatos em encontrar soluções para inverter este cenário.
Apenas assisto a promessas de pequenos objetivos. Objetivos desenquadrados da escala e dimensão das necessidades de uma Capital de Distrito. Objetivos alheios a uma Capital de Distrito com um Aeroporto que foi desejado por toda a região mas que hoje mais parece ser um filho bastardo, daqueles que até preferimos não falar, por vergonha.
E enquanto Beja permanece ocupada com coisas de pequena dimensão, obras de cosmética e afins, outros Municípios continuam a trabalhar dia e noite, na implementação dos seus Clusters Aeronáuticos, o que contribui para o aumento da sua capacidade afirmação territorial.
Beja merece muito mais!
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Autor(a): Luís Palminha
Humanista, Criativo, apaixonado pela 7ª Arte, Fotografia e Arquitectura, é também entusiasta das IT’s. Durante a Licenciatura em Arquitectura de Gestão Urbanística, encontrou nas Cidades e no Território, um novo ímpeto guiado pelo constante desafio de mudanças de paradigmas.
(De momento encontra-se a concluir a Tese de Mestrado em Urbanismo)